quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Cinema

Não me lembro ao certo se eram duas e meia ou três horas, lembro que eu cheguei duas e vinte e sete. 
Naquele dia que marcou o resto da minha vida, quando pude enfim conhecer o que é o amor. Morrendo de vergonha por toda pressão que estava ao nosso redor, e mais ainda a pressão que vive em meu peito toda vez que eu sei que vou te encontrar, naquele dia e em todos os primeiros nem mesmo sabia lidar, às vezes minha língua até enrolava dentro da boca de tamanha vergonha. 
Pois é, na hora de escolher o filme, na minha mente eu queria o mais longo e chato filme, só para poder ficar mais ao seu lado, 
E assim foi, com meu corpo tremendo inteiro por estar ao seu lado, e com uma vontade imensa de por meus lábios nos teus, e sem saber como proceder a final era você, a pessoa com que eu sonhava e queria poder ver e falar todos os dias da minha vida. 
Ao adentrarmos a sala do cinema, lembro de tocar nas suas mãos, tocar com desejo te poder te sentir para além daquele momento, te sentir como sempre te via em meus sonhos, tocá-la como minha companheira e assim entre a extrema vergonha e o mais puro amor que alguém possa sentir foi nosso primeiro beijo, com minhas mãos que tanto falam por mim na sua pele, pele essa que até os dias de hoje são um grande e vasto sonho-real.  Nunca poderei esquecer daquele beijo, que diz tanto sobre o que sou, e o que se tornaria nós dois, e ainda que eu pouco diga, aquele beijo me transformou profundamente meu ser social, e nunca mais pude caminhar sem ter você em meus mais profundos sentimentos. 
Acabou o filme, e eu não poderia mais esquecer o que fora dito dentro da sala de cinema, e nunca mais eu pude esquecer daqueles lábios, ou mesmo do tom de voz, olhos ou mesmo daquele amor que eu finalmente pude encontrar. 
Por conta do horário, te levei no ponto de ônibus e voltei para casa, nunca mais sendo o mesmo. 

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