sábado, 31 de janeiro de 2015

Sono eterno.

Não posso dizer ao certo o que é tudo isso. Não teria como em simples palavras, ou mesmo num pequeno espaço de tempo que é fadado a paciência de ler estas palavras que tanto ousam em sair, em ser expressas por um coração que bate um pouco mais forte todos os dias. 
Numa sexta-feira, não como todas as outras que já vivenciei, foi uma sexta peculiar, repleta do que eu vulgarmente, ou pelo menos é a única palavra que me cabe, posso chamar de companheirismo, tive o grande prazer de dividir algumas horas que na contagem de meu tempo, durou o necessário para que possa ser inesquecível. É nesse intervalo de tempo que eu pude perceber mais uma vez, ou de maneira mais direta, o quanto esse negócio que parecia ao início nebuloso se manifesta de maneira clara e simples em nossas vidas - esse tal de companheirismo. Não por tudo que aconteceu, deveras são detalhes, mas pelo simples momento quando eu apaguei as luzes, te coloquei no meu lugar favorito.
Entre meus braços, permitindo com que eu pudesse sentir de maneira mais forte e viva, algo que é tão caro que é seu cheiro, permitindo também que eu pudesse olhar seus olhos, ainda que sobre as lentes de seus óculos, estava eu ali, vivo e presente no melhor lugar do espetáculo que é seu corpo junto ao meu.  Deveras, somente alguém desprovido de total emoção não iria perceber tamanha luz que havia naquele pequeno cômodo, forrado de livros e discos - gostaria de salientar que estava tudo ali, tudo que mais gosto e melhor tive o prazer de conhecer - você, meus discos e livros. Retomando as luzes do quarto, poucas vezes tive tamanha felicidade que tê-la junto me proporciona. 
Ao vê-la dormir, aquele sono gostoso, com uma feição que só você tem, ainda que de tempos em tempos você abria os olhos para ver o que eu estava fazendo, e como de costume lá estava eu, com os olhos vidrados em você, e com o rosto avermelhado com aquela vergonha você voltava a fechar os olhos e eu ali de vigília para ver se nenhum sonho nefasto iria assombrar minha pequena, porém ao ver e sentir aquela imagem tão bela, meu corpo em êxtase sucumbiu ao sono, e posso lhes garantir, tudo que mais gostaria no mundo era que esse pequeno momento fosse eterno.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

SP e as privatizações

De janeiro a janeiro
A cidade de São Paulo 
Se apaixona
Mas não se relaciona
A final é tamanha a velocidade
Que nosso amor não tem a capacidade 
De acompanhar

Acabo de me apaixonar 
Mas já foi tarde 
A perdi na multidão do metrô 
E em meio à avenida paulista 
O coração palpita

Mas se o amor 
For verdadeiro
O governador e o prefeito 
Vão ver primeiro
E logo num passe mágica
A canetada grita
-privatizada. 

Do desejo do seu beijo
O que nos separa agora 
É o tempo. 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

14,18,19 e 30 - sempre

De segundos, minutos, horas, dias e todo tempo do mundo junto, sempre tive a certeza do amor que sentia por você. 
E toda minha vontade de estar ao seu lado nunca foi maior do que no presente momento de minha vida, vejo o amor que sinto por ti em cada coisa que faço nos meus dias, é disso só me mostra e me contempla de tamanha felicidade por tudo que anda acontecendo. 
E meu coração inflama de ouvir quando você diz que me ama, ou quando em seus olhares você repara meus trejeitos, se isso não for amor ainda não sei o que é, só posso afirmar que é muito forte. 
E na noite no dia vinte e nove, quando você falou que já sabia o que queria, tive muito medo de não ser a volta desse amor todo, a final já estava mais claro do que nunca o que eu sentia por você e por tudo que era e é nosso. 
E naquele café, como de costume você disse que queria, queria a mim, com todos os meus defeitos que deveras não são poucos, e naquele instante o mundo passou a ter cores e sabores novamente e eu estava pleno, diante da mulher que roubou meu coração desde a primeira vez que meus olhos pousaram nos teus. 
Não posso dizer, porque não há palavras suficientes em nosso vocabulário para expressar tamanha felicidade, carinho e companheirismo que sinto pela pessoa que tanto amo e desejo, mas também não quero que exista um dia se quer que eu não lhe mostre meu amor, desde os mínimos detalhes até propriamente as palavras que são professadas de minha boca - que hoje é tão sua. 
Eu te disse que eu me apaixonei verdadeiramente duas vezes na vida, e ambas foram pela mesma mulher, mas acho que eu estava errado em dizer isso, me apaixono todos os dias e sempre será por você, que é de maneira única meu grande amor, e a cada dia, ou mesmo segundos tenho a certeza de que você é de fato o que sempre sonhei. 
A minha pequena de outrora, hoje continua sendo aquela mulher cujo o primeiro beijo fora dado numa sessão de cinema, e que me faz sorrir até nos dias mais nublados. O amor voltou ao seu lugar, voltou a ser o que era e hoje só constrói as bases reais do que será, se for sua vontade, de uma vida inteira cheia de amor-companheirismo. 
Com você me sinto tão bem e num processo eterno de transformação que as vezes me causa até assusta, mas é algo tão bom, nosso amor, ou melhor nossas vidas nunca caem naquela rotina, chata e fadigaste. Do nosso amor a gente é que sabe, e das nossas vidas também, o que posso dizer neste instante é que você me faz o ser humano mais feliz. 
E como é de praxe, gostaria sempre de te agradecer, não somente por ser minha companheira e estar ao meu lado em todos os instantes, mas por sempre me apresentar coisas novas, desde mestres da literatura, música ou filmes. Isso vai além, você me apresentou o que é a verdadeira felicidade e tudo o que vem nela, me apresentou o verdadeiro significado de ter uma companheira ao meu lado, e isso faz com que meu ser social sempre tente, ser o melhor para você! 
Nunca quero esquecer de tudo que já fora dito, por ambos, são as palavras mais belas do mundo. E tenho muitas delas como norte para onde quero que minha vida siga. 
As lembranças deste primeiro mês são muitas, só que nele tem um elemento que me causa muito carinho que são as nossas conversas diárias, o nosso dia, aquele momento que possivelmente ninguém do mundo entenderia, sabemos que ainda temos um ao outro. E não gostaria de maneira alguma de perder isso, a final sempre foi uma característica nossa estar sempre presente, desde os tempos de escola, até os dias atuais. Ainda que muitas vezes poderia não parecer, era só fechar os olhos que no meu caso, sabia que minha pequena estava comigo, hoje não é diferente! Te levo, cariño onde meus pés me levarem, e sempre me levam para o encontro destes olhos que sempre são um guia para onde devo ir. 
Ainda que cada poesia, crônica, beijo lhe mostre o que sinto, ainda assim gostaria de te mostrar tudo, tudo que meu coração guarda, mas sei que ao te mostrar, só seria para os teus olhos um grande espelho, pois guardo em mim, você e somente você. 
Nosso tempo voltou, e hoje as tardes não tem mais espaço para nosso amor, deixou de ser tardes, agora são nossas vidas. 
Obrigado, meu amor! 

Te amo, pequena;
Pra semprinho. 

Cinema

Não me lembro ao certo se eram duas e meia ou três horas, lembro que eu cheguei duas e vinte e sete. 
Naquele dia que marcou o resto da minha vida, quando pude enfim conhecer o que é o amor. Morrendo de vergonha por toda pressão que estava ao nosso redor, e mais ainda a pressão que vive em meu peito toda vez que eu sei que vou te encontrar, naquele dia e em todos os primeiros nem mesmo sabia lidar, às vezes minha língua até enrolava dentro da boca de tamanha vergonha. 
Pois é, na hora de escolher o filme, na minha mente eu queria o mais longo e chato filme, só para poder ficar mais ao seu lado, 
E assim foi, com meu corpo tremendo inteiro por estar ao seu lado, e com uma vontade imensa de por meus lábios nos teus, e sem saber como proceder a final era você, a pessoa com que eu sonhava e queria poder ver e falar todos os dias da minha vida. 
Ao adentrarmos a sala do cinema, lembro de tocar nas suas mãos, tocar com desejo te poder te sentir para além daquele momento, te sentir como sempre te via em meus sonhos, tocá-la como minha companheira e assim entre a extrema vergonha e o mais puro amor que alguém possa sentir foi nosso primeiro beijo, com minhas mãos que tanto falam por mim na sua pele, pele essa que até os dias de hoje são um grande e vasto sonho-real.  Nunca poderei esquecer daquele beijo, que diz tanto sobre o que sou, e o que se tornaria nós dois, e ainda que eu pouco diga, aquele beijo me transformou profundamente meu ser social, e nunca mais pude caminhar sem ter você em meus mais profundos sentimentos. 
Acabou o filme, e eu não poderia mais esquecer o que fora dito dentro da sala de cinema, e nunca mais eu pude esquecer daqueles lábios, ou mesmo do tom de voz, olhos ou mesmo daquele amor que eu finalmente pude encontrar. 
Por conta do horário, te levei no ponto de ônibus e voltei para casa, nunca mais sendo o mesmo. 

Suspiros 
Não sei por onde começar 
Mas quando fecho os olhos
Não existe outra imagem que me venha a cabeça
que não seja você 
E meu coração palpita de tamanha emoção 
Sonho com seus suspiros 
O olhar que só você tem
Grande morada de meus sentimentos 
Sinto a todo instante 
Vontade de te abraçar e sentir seu peito junto ao meu. 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

lembranças que tenho

Uma vez te dei um colar de laço 
Mas não percebi
Que o abraço que você me deu era ainda maior
O colar fica no pescoço 
E o abraço me marcou o corpo
Nunca mais pude esquecer do calor
E o colar virou secundário 
Ainda que a matéria acabe 
O calor dos abraços nunca irão 
E da mesma forma com que guarda o colar
Guardo o calor 

On the road

No tempo dos seus olhos
O que não pode haver é contagem 
Quanto tempo dentro deles eu estou? 
Não sei, nunca poderei responder essa questão
O que muito sei
É que eles estão em mim
Como uma parte viva do meu corpo
Mente e espírito 
Ainda que você nem saiba 
Ou melhor, agora você sabe 
Eles sempre foram meus faróis 
E nas maiores tempestades 
Eu sabia que se eu olhasse 
Até por via fotografia 
Eles
Todo medo e trevas se afastavam 
Mas esses olhos 
Hoje não só mais - olhos 
São caminho
Que quero percorrer. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ainda com sono, abro os olhos, e me deparo com o que há de mais bonito no mundo, suas mãos juntas, e aqueles dois olhos que ainda com sono ficam amarelinhos bem na minha frente, respiro fundo, fecho os olhos e abro-os novamente para ter a certeza que esta visão é real. De fato, é real, como um ser tão belo esta deitado ao meu lado, ainda mais me olhando!
Sem pensar, vou ao seu encontro. Um beijo, e a primeira coisa que quero que meus lábios toquem ao amanhecer do dia são os teus, como se aquele beijo amanhecido fosse naquele instante a razão do meu viver. Ao passar os pequenos intervalos de segundo, eu com meu mau humor matinal, que é bem típico de quem tem insônia e só consegue pregar os olhos quando se sente muito bem - e o que sempre acontece quando estou ao seu lado.  Não existe naquele instante, tempo ou qualquer elemento da concretude da vida, não há nem se quer mundo exterior, só o que meus olhos podem ver é: eu e você, a sós, em nosso tempo, nosso mundo.
E até para quem odeia aquela luz do Sol pela manhã, aquilo refletivo nos olhos mais belos do mundo se tornam deveras a obra de arte mais linda, viva, só para que eu possa apreciar, e aquela Musa que sempre passava por meus olhos de diversas formas, naquele momento está viva, e na minha frente. E un beso de desayuno. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

pedaços, sei lá.

Hoje não há mais silêncio em tua presença. Tampouco há medo de me entregar perante a estes olhos. Não somos mais como antes, mas parte de nós ainda é, exatamente a parte que por muito tempo eu quis que fosse embora, mas ela nunca foi, a parte de mim que é você.
Ainda que hoje, seja melhor do que qualquer passado, a final o que eram apenas tardes, hoje são dias completos, e o que era apenas uma remota memória hoje é vida, e também é um caminho, um futuro todo.
E o que eu acho muito bonito, é que quando estamos juntos, ainda chamamos de nosso tempo, como se aquele intervalo de horas e minutos fosse tão transformador que deixa de ser o " meu e seu" tempo para se transformar em nosso, ainda que signos sejam diferentes de ações, eles servem para representar muitas vezes a materialidade da vida, e chamar um tempo de nosso, é de fato se colocar a prontidão do companheiro(a), deixando a noção de tempo individual e passando para ter um tempo coletivo. 

Podemos pular 5 dias?

Particularmente não gosto de segunda-feira 
Não porque a semana se inicia 
Temos que retomar nossas rotinas
Isso também é um grande motivo 
Não gosto de segunda-feira 
A final 
Sinto falta de você 
De saber que vou estar ao seu lado 
E que em poucos minutos tudo irá mudar
Não gosto de segunda
E nem da distância 
Mesmo sabendo que ambas são passageiras 
Gosto tanto de você 
E de te sentir 
Fisicamente ao meu lado 

Já te disse que eu te amo?
Não por dizer
Mas por sentir - viver
Amo, porque amo
Não porque tenho que amar
Nosso amor não é prisão
É libertação
Do mundo
Com seus horários
E cobranças
O meu amor
Que pode ser estranho
É meu, teu e de tudo que há
Ao redor
Não sou eu,
Nem mesmo você
Somos juntos,
Em uma relação
Não há mais propriedade
Tampouco brigas
Sou eu e você
Juntos
Enfim, te amo, porque amo!
Desde o seu espírito até a materialidade da vida real.
Amo
NA mesma forma
Meu amor não para
Nunca foi estático
Quiçá ele ficasse parado no tempo
Ele é vivo
E sempre carrega em si 
À transformação
Dos dias
Horas
Minutos
Até segundos
Transforma minha vida
Meu tempo
Minha alegria 
Não pode ser parado
Pois me move
Me faz saber respirar
E mais do que isso respeitar
Meu amor-andante
Move-se e aponta
Para um novo mundo
Nosso mundo
Mundo de todos
Na qual a lei será a liberdade 
E na construção da relação
Nosso horizonte será sempre
A felicidade. 

Você sentada e eu morrendo de vergonha

Enquanto meu coração bater
Não posso deixar de ver
Nem que seja por um intervalo 
De segundo, 
Não posso deixar de sentir 
Não posso deixar de ver 
Aquele primeiro dia
Que numa noite
Meus olhos pousaram nos teus
Desajeitado e em frenesi 
Nunca mais pude esquecer 
Além dos olhos 
O seu carinho
Que sempre
Sempre foi acolhedor 
E até o presente momento 
Nunca esqueci daquelas palavras 
Que sempre me acolheram 
E em seu peito
Ou  em sua mente 
São minhas moradas 
É um pedaço de mim em você
Ou melhor, seu em mim
E não posso esquecer 
Ou mesmo, fingir que não lembro 
É impossível não saber que
Meu lugar, nosso lugar 
É a morada de nosso amor 
E sempre existirá
Como as suas primeiras palavras 
Que ecoam em mim, 

domingo, 25 de janeiro de 2015

20:00 hs

Felic(idade) 
Até pode vir com o tempo
E quando chega 
Não há idade 
Mas feliz idade de te encontrar 
Com o mesmo 
Re(encanto) do mesmo dia 
Que coloquei os olhos nos teus 
 

Não -poema

Queria poder lhe fazer 
Um poema de amor 
Inspirado nos grandes 
Mas ao contrário disso, 
Não posso te fazer poemas
Só posso lhe dar meu amor 
Do jeito que ele é 
Meio desajeitado e
Deveras estranho
Mas ainda assim é o meu amor
O que eu tenho 
E vivo 
Por você 
A poesia que é a expressão
De uma realidade 
Ficou pequena 
Perto da vida, da matéria 
Do meu amor por você 
Ainda que sem poesia
Se não tivessem inventado
O meu amor existiria
E é real 
E para além das formas 
Existem as coisas 
Humanos e sentimentos 
E dessa vez opto por sentimentos 
Os quais 
Me ligam a você 

Tempo nosso!

A felicidade
Num simples sorriso 
Não deixa de cativar uma vida toda
Mas a idade passa
E perpassa nossas vidas
Mas nunca deixou de me encantar 
As vezes num simples segundo 
Reparo coisas tão simples
E me fazem sonhar ainda mais 
Com você! 
Porém hoje só os sonhos não bastam 
Quero viver 
Viver vidas 
Todas elas
Com uma felicidade que não tem tamanho
Você! 

sábado, 24 de janeiro de 2015

Semiótica da pele

Que pequenas são as palavras
Reduzir grandes representações em signos! 
Queria eu abolir as palavras
Para que não haja mais arbitrariedade com elas
Queria que ao invés de palavras houvessem ações 
Corações e mais do que isso emoções 
As palavras, quiçá podemos aboli-las 
No lugar disso teremos outras formas de representar 
Palavras que grande cárcere dos sentimentos 
Queria eu
Que cunho  estas palavras
Poder representar tamanha beleza
Que é acordar com os olhos nos teus. 
Mas são só palavras
E elas nunca poderão chegar perto
Ou ser verossímil aos olhos
Diante daquela pele branca 
Só o que posso dizer é que sempre me faltam representações 
Para tamanha beleza 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Pele

O calor da tua pele 
Ainda me causa grandes sensações 
E toda vez que a toco sinto como a primeira vez 
Algo totalmente novo
Cheio de coisas e espaços para conhecer 
A novidade desta vez veio de um lugar novo 
Um que eu nunca vou descobrir 
Ainda que só um lugar poderia ser
Dos meus sonhos 
A utopia 
Ou melhor a pratica 
Hoje é constante 
E quero viver sentindo a sua pele 
O poeta sempre nos diz 
Amor só é bom se doer
Tenho dúvidas disso
A final o amor que sinto
Ou recebo
Não dói
Aliás pode até doer 
Mas só na distância de nossos corpos
Quando eu te vejo
Não é possível ter dor
Ou se quer sofrimento
Não cabe em meu peito
Ou cabeça
Outro sentimento que não seja o amor 
Amor doido
Preenche, equilibra e para além 
Muito amor
Me humaniza, me mostra que é possível 
Mesmo em tempos sombrios 
Ser feliz e amar. 

Amor, falta muito?

Quando sei que vou te ver
Sempre lembro da primeira vez 
Que fui ao teu encontro 
Um velho cinema
Naquele mês que se tornou 
O meu favorito 
Um dia já foi dor
Hoje é memória, uma boa memória
Agora, quando vou te ver
Sentir-te, tocar-te 
Meu coração explode
Em prazer e palavras
Que estarei ao lado
Próximo daqueles 
Tão seus olhos 
Tão minha paz. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Guardador em mim.

Ele chegou, como sempre calado, organizou sua mesa, pegou seu cigarro, o cinzeiro, buscou no fundo dos bolsos aquele isqueiro que sempre lhe salva, desta vez não achou, procurou em toda a casa uma caixa de fósforos para que finalmente possa começar a trabalhar. 
Colocou um velho disco na vitrola, passando as pontas dos dedos em volta, sentindo um pouco de saudade do que aquele disco um dia representou na sua adolescência, rodando e sentindo, antes de tocar, pelo simples fato de ter em mãos aquelas músicas que tanto lhe esquentam o coração e o espírito, não poderia ser diferente era um daqueles vinis da década de 90 da sua gravadora favorita, subpop recorda. Finalmente, após uma catarse de lembranças, ele coloca o disco para tocar. 
Sentou-se em sua cadeira que é tão dura quantas as palavras que ele sempre pensa, ao mesmo passo que aquele lugar, uma simples cadeira o lembra de tantas coisas que já foram pensadas nela. 
Ele, pensou: falta um café, e de preferência sem açúcar.
Correu na cozinha, de forma rápida, fez o velho ritual, colocar água para esquentar, pegar o pó de café, sentir o cheio do pó - a final, para ele mais gostoso que beber a bebida negra era sentir o cheiro entrar em suas narinas, respirando bem fundo aquele odor que tão lhe é caro, após esses instantes, colocar finalmente o pó no coador e esperar a água esquentar. Passo a passo realizado, agora era esperar coar e pronto. Colocou numa xícara de seu poeta russo favorito, Maiakovski, e enfim poderia começar os trabalhos. 
Sentado em seu local, mesa organizada, café, música e cigarro poderia começar o deleite de tudo que pensava. 
Olhou para a estante onde guarda os livros de poesia, achou que seria uma boa inspiração ler seu poema favorito A flor e a náusea de Drummond, e nunca é demais um pouco de poesia. Leu, e queria encontrar nele aquela flor que nasceu na rua, a final tudo que ele só poderia ver era, que estava preso em sua classe, e por todas as passagens que via só poderia encontrar melancolias é mercadorias. E achou que era melhor andar cego do que ver tudo aquilo que tanto lhe incomodava nele. 
Parou, respirou. Mais um gole de café, estava gelado mas ainda assim era café, acendeu mais um cigarro, um trago e mais um respiro. Sem saber por onde começar a escrever passou a ponta de seus dedos pela borda da mesa, lembrando tudo que já havia passado ali, em pouco tempo, tantas coisas, mas nenhuma palavra, ou algum sentimento que fosse bom, ou minimamente digno de pena, nada, nem se quer tristeza. 
Olhou tudo novamente, e viu um porta-retratos, que contém a foto de bebê, ainda com apenas um ano de vida e que lhe foi dada em seu aniversário, aquele rostinho de bebê tanto lhe era caro, e para ele, era a expressão máxima do amor por alguém, até que lembrou de algo, o porta-retrato não era original daquele foto, esse objeto lhe foi dado anos antes, e continha também uma foto de um grande amor, a primeira vez que ele sentiu o que era amar alguém mais do que a si mesmo. Pensou, "não é possível que, esse seja um objeto que guarda amores", mas mesmo assim, por horas lembrou, do texto que havia escrito atrás da foto original, a pessoa que lhe deu, e tudo que aquele objeto significa. 
Não é somente uma mercadoria - porta-retratos - é um guardador de amor!  
E após este instante, a melancolia que assombrava sua noite, o seu café gelado ou tudo aquilo que lhe trazia algo ruim foi substituído pelo que o a caixa, ou melhor dizendo porta-retratos guardava, que era uma sensação de ser amado e amar essas pessoas. 
Lembrou que junto deste guardador de amor, tinham duas alianças, hoje já não brilham como no passado, mas guardam o mesmo amor que já fora sentido e vivido e enfim pensou, se eu guardo tudo isso, quero poder lhe guardar, não numa caixinha, ou numa fotografia - mas ao meu lado. 
E desde então, ele nunca mais viu tristeza em sua vida, a final tinha todo amor que houver nessa vida. É sempre lembrava do trecho de uma música que mandou para ela que dizia " do nosso amor a gente é que sabe". 

Senti (dos)

Seu cheiro em mim
Me faz tanta falta 
Que me falta o ar
Mas eu sempre lembro 
Que o tempo distante 
É só um instante 
E que logo vou ver
E sentir 
A quem tanto 
Espero. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Devaneio do silêncio

Companheira, peço que antes de ler, pare, deixe a mente livre. E se lembre do beijo que te dou quando a deixo em casa.

Ao ler,
Respirar, 
Sentir,
Viver,
Existir 
Me sinto mais próximo 
Daquilo que sempre busquei 
Minha paz
Ao ler teus textos 
Ou coisas que você gosta 
Respeitar próximo a ti 
Ou junto ao seu corpo
Sentir o seu ser 
Junto ao meu, em tempo e espaço infinito 
Viver ao teu lado
Junto a ti, caminhando junto aos teus paços 
Existir em e para você 
Existir enquanto seu companheiro!
Assim me sinto mais livre
Mais do que nunca, como se tivesse achado meu lugar no mundo. 
Quiero sempre poder te amar, 

Melhor; meu

Todos os caminhos
Me levam a teus beijos
Quando a saudade me apertar 
Ou quando a tristeza ou melancolia 
Tentar fazer de meu corpo seu escravo
Sei que teu beijo irá me libertar 

Ainda que eu esteja longe
Haverá como um grande farol
Suas palavras, às vezes digitadas 
Ou em forma de ação 
Mas nunca faltarão 
Emoção em meu coração 
E se tudo for em vão 
Ainda assim, sei que você 
É a melhor parte em mim 


São só desejos

Da utopia ao sonho 
Tocar-te sempre foi um grande desejo
Não somente por estar perto de ti
Mas por sentir
E não é somente um toque
É tudo que aquela ação tem a me dizer
Sentir, viver e experimentar 
 Ainda que falte palavras
O sujeito ainda será o mesmo
-você 
O ser que se encontra sempre no centro
A atenção dos meus olhos
Ainda que distante, 
Espacialmente, estou perto de ti 
O coração pulsa, vive e convive 
Dentro de ti

Há na estrada
Na casa 
Clara certeza de você.